Hotel Turismo: Estranha gente da Guarda

Meses e meses a dizer que o Hotel Turismo não andava nem desandava. A fazerem-se caderno de encargos aos candidatos a deputados. Era rara a semana que o Hotel não viesse para a praça pública pelas piores razões. Comunicação social incluída.
E eis que…
Uma semana depois de dar entrada na Câmara a “memória descritiva e justificativa”, apenas o jornal no Facebook “Diário de Todas as Beiras” se referiu a este importante acontecimento, neste processo.
O acontecimento da memória descritiva passou despercebido.
Nada. Nem Presidente da Câmara, nem Partidos. Ninguém. O Hotel deixou de ser importante. Porquê?
E o que diz a memória descritiva?
Segundo o “Diário de Todas as Beiras” e resumindo:
” Requalificação e modernização do edifício à imagem das unidades hoteleiras actuais e respectiva concorrência”, estando assegurado que “serão mantidas as fachadas e respeitada a traça arquitectónica” e que prevê a criação de 77 quartos.
“Será recuperada toda a envolvente exterior do edifício, modernizados os quartos dos três pisos acima do solo e reabilitados “os pisos inferiores nos moldes existentes”. pretende-se manter e conservar o estacionamento e zonas de cargas de descargas, assim como outros compartimentos de apoio à operação da unidade”,
“Será feita uma intervenção total no interior e modernizados todos os quartos e os diversos outros espaços existentes, para a unidade hoteleira vir a ter a classificação de quatro estrelas e ser integrada na rede de Pousadas de Portugal”
“No piso 0 temos a entrada/recepção da Unidade, zona de restaurante, sala de chá e sala para eventos com respectivos compartimentos de apoio”, realçando que neste piso se encontra a sala da lareira, “que era um ponto de visita deste Hotel na sua exploração anterior”
“A piscina, que está em estado avançado de degradação, e todo o espaço exterior serão requalificados.
Depois obtido o aval da autarquia, a ENATUR avançará com os projectos de arquitectura e especialidades.
“Depois de reabilitada, a unidade hoteleira será integrada na Rede de Pousadas de Portugal. Estava inicialmente previsto que reabrisse ainda em 2025, ano a partir do qual a ENATUR vai pagar ao Turismo de Portugal uma renda mensal de 3.891 euros durante 50 anos, prazo da concessão.
Aquele edifício, projectado pelo arquitecto Vasco Regaleira em 1936 e inaugurado no dia 6 de Julho de 1947, foi a primeira unidade hoteleira da cidade.