Foi criado o “Movimento pelo interior e em nome da coesão”
por sete personalidades que levaram ao Presidente da República as sua preocupações.
Os jornais escritos e falados da Guarda de imediato elevaram
o Presidente da Câmara da Guarda a coordenador do grupo.
Como tinha lido em alguns jornais nacionais que aquele
apenas era porta-vos, fui pesquisar o que disseram outros jornais nacionais e
regionais.
Ninguém escreveu quem era o coordenador e por isso não
percebo quem deu mais esta presidência ao Presidente da Guarda.
Sobre o tema, deixo o que escreveu Rui Santos, presidente da
Câmara de Vila Real e um dos proponentes.
Rui Santos· domingo, 5 de novembro de 2017
De acordo com projeções do Instituto Nacional de
Estatística, a população residente em Portugal tenderá a diminuir até 2080,
passando dos atuais 10,3 para 7,5 milhões de habitantes, ficando abaixo do
limiar dos 10 milhões em 2031. Segundo dados do Banco Mundial, em termos
relativos, só em 2014, Portugal registou a quinta maior perda populacional do
mundo. Acresce a esta preocupação o facto de, segundo o I NE, 50% da população
se concentrar em 33 municípios da faixa litoral, que representam apenas cerca
de 11 % do total dos municípios portugueses.
Perante um país em que as disparidades e os desequilíbrios
territoriais são cada vez mais gritantes, torna-se imperiosa uma atitude firme
contra a decadência absoluta das políticas públicas em vigor.
O cenário atual dita, não só uma desmesurada concentração de
pessoas (a densidade populacional em territórios urbanos é 19 vezes superior à
verificada em áreas rurais), mas também de recursos e de serviços.
Uma economia de aglomeração que restringe um desempenho mais
descentralizador da política nacional e que tem conduzido ao facto de,
praticamente em todas as regiões do país, à exceção de Lisboa, a riqueza média
por habitante ficar abaixo da média da UE. A pergunta impõe-se:
A continuar assim, o que será do Interior de Portugal daqui
a 20 anos?
Os diagnósticos estão feitos e não podemos perder mais
tempo. Impõe-se uma nova forma de lutar e de combater as injustiças económicas
e sociais.
É esse o principal objetivo destas sete personalidades, ao
solicitarem o alto patrocínio a Sua Excelência o Senhor Presidente da República
para a criação de um Movimento pelo Interior - em nome da coesão.
Pretende-se que venha a ser um Movimento que, após a sua
institucionalização, seja naturalmente aberto a todas as personalidades e instituições
que queiram aderir para que se defina, em concreto e bem faseado no tempo, um
pequeno conjunto de medidas de políticas públicas e que, num prazo de 12 anos
(3 legislaturas), seja clara a reversão da situação que hoje se vive nos
territórios do Interior.
Será criado um Observatório que colabore na monitorização
das políticas públicas, particularmente orientadas neste sentido, para além das
propostas concretas das referidas novas medidas.
Serão depois realizados cinco debates regionais e um grande
debate nacional em Lisboa.
Lutar pelo Interior é uma causa nacional!
PROPONENTES:
Álvaro Amaro, Presidente da Câmara Municipal da Guarda e
Presidente dos Autarcas Social Democratas
Rui Santos, Presidente da Câmara Municipal de Vila Real e
Presidente dos Autarcas Socialistas
António Fontaínhas Fernandes, Reitor da UTAD e Presidente do
Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas
Nuno Mangas, Presidente do I. P. Leiria e Presidente do
Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos de Portugal
Fernando Nunes, Empresário e Presidente do Grupo Visabeira
Rui Nabeiro, Empresário e Fundador do Grupo Delta
José Silva Peneda, ex-Presidente do Conselho Económico e
Social
E agora eu:
Tendo já lido alguns artigos de opinião sobre o tema, nomeadamente
pelo Reitor da UTAD, terá o Presidente da Guarda escrito algo ou mantém o seu
estilo de discurso redondo à volta da nada?