Como é habitual nos partidos políticos, sempre que há
eleições os candidatos a lugares elegíveis apresentam-se e mostram as suas
credenciais. E há zangas.
Na Guarda, PSD, CDS, BE e PCP resolveram, como se esperava
as suas nomeações. Nomearam os seus mais próximos, presidentes distritais,
militantes empenhados ou ex-independentes.
O PS resolveu complicar. Se o cabeça de lista não
apresentava grandes problemas, era escolha do Secretário-Geral do Partido, com
possibilidades de ficar no governo, caso o PS ganhe as eleições, Já os
seguintes, era mais complicado.
Como era previsível o Presidente Distrital do PS
apresentou-se em lugar elegível, com uma lista, que no essencial é bastante
fraca e ao nível a que nos habituaram os partidos na Guarda.
Apresentada à votação, a lista foi derrotada, mostrando
todas as fragilidades e lutas internas no PS distrital.
O Presidente da Distrital mostrou não conhecer lá muito bem os
militantes nestas questões das eleições. Há os militantes muito mais velhos em
militância, que se sentem com direito a ser eleitos.
Qual a reação do Presidente da Distrital do PS? Duas
reacções. Uma evidente, por não ter outra saída e a outra incompreensível.
A primeira refere-se ao pedido de demissão da Presidência da
Distrital e consequentemente a sua saída da lista. Esteve bem neste caso. Devia
remeter-se no distrito à sua condição de militante e por aí ficava.
Não. Resolveu ir mais além e incompreensivelmente demite-se
de Vereador na Câmara. Porquê? Eram necessárias explicações que julgo não foram
dadas.
Ao demitir-se de Vereador não está a ser leal com quem o
ajudou a chegar ao lugar que ainda tem.
E como chegou a este lugar e com que fins?
Tudo isto é o reflexo de lutas e influências dentro do PS que
se iniciou em 2013 e que atingiu o topo em 2017 com a divisão clara em vários
PS. O PS da Vereação. O PS da Assembleia. O PS da Junta de Freguesia. O PS das
reuniões concelhias. O PS das reuniões mais ou menos escondidas. O PS dos
velhos militantes. O PS dos novos militantes. Ainda o PS dos que abandonaram o
partido para se candidatarem como independentes. E há ainda o PS dos
simpatizantes e dos independentes.
Todas estas influências resultaram numa lista à câmara sem
fulgor, encomendada à pressa e que resultou no que estamos a assistir. Não é
oposição, não tem estratégia para a Guarda, conhece-a pouco e apenas tem gestão
corrente dos assuntos.
Com a saída deste Vereador a situação ainda se complica mais
e quem já esfregava as mãos de contente com a saída de Álvaro Amaro, é melhor
esquecer.
Se querem alguma coisa para a Guarda, os militantes devem
reunir-se em torno da sua concelhia, esta ou outra, e não alimentar mais os
projectos pessoais.