Nicolau Maquiavel, pintura de Santi di Tito, Palácio |
Maquiavel
responde:
“O ideal é ser as duas coisas, mas como é difícil reunir as
duas coisas, é muito mais seguro - quando uma delas tiver que faltar - ser
temido do que amado”.
“Porque, dos homens em geral, se pode dizer o seguinte: que
são ingratos, volúveis, fingidos e dissimulados, fugidios ao perigo, ávidos do
ganho”.
E enquanto lhes fazeis bem, são todos vossos e oferecem-vos
a família, os bens pessoais, a vida, os descendentes, desde que a necessidade
esteja bem longe”.
“Mas quando ela se avizinha, contra vós se revoltam. E
aquele príncipe que tiver confiado naquelas promessas, como fundamento do ser
poder, encontrando-se desprovido de outras precauções, está perdido”.
“É que as amizades que se adquirem através das riquezas, e
não com grandeza e nobreza de carácter, compram-se, mas não se pode contar com
elas nos momentos de adversidade”.
“Os homens sentem menos inibição em ofender alguém que se
faça amar do que outro que se faça temer, porque a amizade implica um vínculo
de obrigações, o qual, devido à maldade dos homens, em qualquer altura se
rompe, conforme as conveniências”.
“O temor, por seu turno, implica o medo de uma punição, que
nunca mais se extingue. No entanto, o príncipe deve fazer-se temer, de modo
que, senão conseguir obter a estima, também não concite o ódio”.
Nicolau Maquiavel, in 'O Príncipe'
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