quinta-feira, 18 de julho de 2019

PS Guarda: Uma crise ou várias crises


Como é habitual nos partidos políticos, sempre que há eleições os candidatos a lugares elegíveis apresentam-se e mostram as suas credenciais. E há zangas.
Na Guarda, PSD, CDS, BE e PCP resolveram, como se esperava as suas nomeações. Nomearam os seus mais próximos, presidentes distritais, militantes empenhados ou ex-independentes.
O PS resolveu complicar. Se o cabeça de lista não apresentava grandes problemas, era escolha do Secretário-Geral do Partido, com possibilidades de ficar no governo, caso o PS ganhe as eleições, Já os seguintes, era mais complicado.
Como era previsível o Presidente Distrital do PS apresentou-se em lugar elegível, com uma lista, que no essencial é bastante fraca e ao nível a que nos habituaram os partidos na Guarda.
Apresentada à votação, a lista foi derrotada, mostrando todas as fragilidades e lutas internas no PS distrital.
O Presidente da Distrital mostrou não conhecer lá muito bem os militantes nestas questões das eleições. Há os militantes muito mais velhos em militância, que se sentem com direito a ser eleitos.
Qual a reação do Presidente da Distrital do PS? Duas reacções. Uma evidente, por não ter outra saída e a outra incompreensível.
A primeira refere-se ao pedido de demissão da Presidência da Distrital e consequentemente a sua saída da lista. Esteve bem neste caso. Devia remeter-se no distrito à sua condição de militante e por aí ficava.
Não. Resolveu ir mais além e incompreensivelmente demite-se de Vereador na Câmara. Porquê? Eram necessárias explicações que julgo não foram dadas.
Ao demitir-se de Vereador não está a ser leal com quem o ajudou a chegar ao lugar que ainda tem.
E como chegou a este lugar e com que fins?
Tudo isto é o reflexo de lutas e influências dentro do PS que se iniciou em 2013 e que atingiu o topo em 2017 com a divisão clara em vários PS. O PS da Vereação. O PS da Assembleia. O PS da Junta de Freguesia. O PS das reuniões concelhias. O PS das reuniões mais ou menos escondidas. O PS dos velhos militantes. O PS dos novos militantes. Ainda o PS dos que abandonaram o partido para se candidatarem como independentes. E há ainda o PS dos simpatizantes e dos independentes.
Todas estas influências resultaram numa lista à câmara sem fulgor, encomendada à pressa e que resultou no que estamos a assistir. Não é oposição, não tem estratégia para a Guarda, conhece-a pouco e apenas tem gestão corrente dos assuntos.
Com a saída deste Vereador a situação ainda se complica mais e quem já esfregava as mãos de contente com a saída de Álvaro Amaro, é melhor esquecer.
Se querem alguma coisa para a Guarda, os militantes devem reunir-se em torno da sua concelhia, esta ou outra, e não alimentar mais os projectos pessoais.

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