O cantar das Janeiras pode remontar ao Império Romano e
seriam cantos de anúncio do novo ano.
A tradição enraizou-se em Portugal e consistia no cantar
pelas ruas dos povoados, normalmente por grupos de pessoas, com poucos recursos
económicos, que se organizavam espontaneamente, e que desejavam um feliz ano
aos seus concidadãos com mais recursos.
Os grupos iam de porta em porta, pedindo aos moradores
algumas sobras das festas de Natal e Ano Novo.
As cantigas eram de louvor aos donos da casa, mas também
poderiam ser insultuosas se os ditos moradores não lhes abrissem a porta com as
dádivas.
Actualmente desapareceu a espontaneidade e são as
associações e os seus grupos de cantares e tocares que se organizam para o
efeito, sendo também usual ver as crianças das escolas básicas a cantar as
janeiras nas suas festas e que depois percorrem a terra a cantar.
O que vai acontecer no Teatro Municipal da Guarda, não é a
mesma coisa, mas é quase, as Associações com poucas posses, vão pedir a quem,
aparentemente, tem mais posses e mandou recado que os receberia, não anunciando
se tem sobras do Natal ou se está de mãos a abanar.
No passado, quando havia tradição, era possível ouvir
algumas das seguintes quadras:
Nós não vimos pelas Janeiras
Nós Janeiras já trazemos Vimos pelas obrigações
Que a esta casa devemos.
Ó que estrela tão brilhante
Que vem dos lados do norte
À família desta casa
Deus lhe dê a melhor sorte.
Se não corresponder ao pedido, podiam ouvir:
Trinca martelo
Torna a trincar
Barbas de chibo
Não tem que nos dar.
Esta casa é bem alta
Forrada de papelão
Não nos dão as janeirinhas
Vamos sujar o balcão
Como o próprio presidente disse as colectvidades vão pedir-lhe as janeiras. Uma vergonha a que as coletividades se submetem num espetáculo degradante. Quem paga isto tudo?
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