Sem fazer comentários, apenas uma pergunta com variantes, e
sem autorização do autor e do Jornal Interior, onde foi publicada, transcrevo
um artigo de opinião:
A(s) pergunta(s): E quem é o Zé? Ou quem são os Zés? E os
Zés do passado estão a lavar as mãos?
Jornal Interior - 13 Dezembro, 2018
Ex-líder da Distrital do PSD da Guarda e antigo presidente
da Câmara de Trancoso
“O Zé anda entusiasmado! O Natal é mesmo a época propícia
para fazer aquilo que o Zé mais gosta: a festa!”
“Luzinhas, cor, música, tendas, animação, muita festa, tudo
aquilo que o Povo adora. O Zé esfrega as mãos, vai haver mais publicidade, mais
propaganda, artistas e muitas contratações!”
“O Zé anda tão entretido que não lhe sobra tempo para ver os
domínios onde a sua ação seria mais meritória. Com tanta festa, apetece-lhe até
ralhar com a realidade! Ele sabe que a festa tira importância às coisas, deixa
o Povo contente e desatento.”
“Já aprendeu e diz, repetidamente, que o que se não deixa
dizer, nem lhe dizem, não existe, presumindo ainda que a maneira de dizer pode
sempre alterar os factos como quiser.”
“Por insuficiência de análise da realidade, descansa na
obsessiva liberdade semântica que usa e abusa e, num olhar atento, que raras
vezes é amigo. O Zé faz tantas festas que só espera dos outros o aplauso, o
pasmo e a reverência.”
“Suspeita-se até que o seu pensamento lhe leva por vezes a
supor que a coisa pública lhe deveria, já, ser entregue em propriedade. É assim
que age, despreocupado, no uso e abuso da coisa pública.”
“Ou pelo menos pensa, atrevidamente, com uma corajosa falta
de humildade, que já fez história onde se possa deitar. Ora, a ilusão e o
descanso sem motivo é mortal para os Povos. Povos desatentos e iludidos pela
cor da luz não sabem a condição do progresso.”
“A festa foi bonita, pá? E o que fica, do que se gasta,
depois da festa? O que deixamos para as gerações futuras, que não puderam viver
a festa?”
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