Imagem de página da tradicional “Agenda da Guarda” já extinta, sobre o
tradicional caldo de grão tão pouco valorizado
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A fogueira de Natal é tradição. Cantar as Janeiras ao
Presidente é tradição. O Bolo Sancho é tradição. Beber um Beira de Honra é
tradição. Brindar com Vinho do Porto é tradição. E mais e mais e mais.
O Poder Político determina o que é tradição e as tradições
do Povo deixam de existir.
Mas afinal o que é a tradição?
1 - Segundo os diversos dicionários consultados, tradição é
a “Via pela qual os factos ou os dogmas são transmitidos de geração em geração
sem mais prova autêntica da sua veracidade que essa transmissão”. 2 - É “O
facto ou o dogma assim transmitido”. É “Símbolo, memória, recordação, uso,
hábito”.
Ora quando nos dizem, como a SIC que “Na Guarda, a população
sai à rua para ver o madeiro de Natal. Uma tradição antiga que inclui um brinde
com vinho do Porto”. “Madeiro de Natal é uma marca para o turismo e para a
economia da Guarda” não tem a ver com o sentido de tradição.
A fogueira de Natal na Praça Velha ou no Largo da
Misericórdia é uma invenção do poder político e não tem mais de 20 anos.
O bolo Sancho não é tradicional. Tradicionais sãos os
biscoitos, os esquecidos os folares, as marmeladas, os figos secos, os enchidos,
sobretudo a esquecida morcela, etc.
Brindar não tem que ser com Vinho do Porto. Temos o vinho
corrente, o vinho fino. O Vinho do Porto era para gente com posses.
Cantar as Janeiras não se cantavam ao Presidente,
cantavam-se de casa em casa a pedir “as janeiras”: Dinheiro, enchidos, doces,
pelos mais necessitados ou por quem tinha coragem de cantar.
Mas os tempos mudaram, As tradições já não são o que eram,
até porque é o poder político que definitivamente impõe as tradições.
Nesta dinâmica tradicional do Poder Político temos também os
“Santos do Bairro e a queima a boneca na Praça do Município”. Bairro das
Lameirinhas e Bairro do Pinheiro ainda conseguem resistir a esta tradição
política e festejam à revelia do poder.
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