Autor: Escultor Pedro Figueiredo, natural da Guarda
Notas do Autor ao Jornal Interior
“A Anjo é da Guarda, o seu nome assim o diz”. “É neste
espaço geográfico que ele tem de eternizar-se com ícone da cidade”
“É uma representação figurativa de um Anjo. No cimo do
pórtico por isso mais perto do céu, observa os transeuntes”
“O pórtico sendo uma composição geométrica perfeitamente
plana é composto por três degraus e uma abertura retangular. Os três degraus são
o número perfeito e simbólico. A abertura simboliza as portas de entrada e saída
da cidade, mas também o momento do nosso nascimento”.
“Para se chegar ao Anjo há quatro caminhos à escolha, são
percursos ascendentes e descendentes que nos levam até ele envolto numa
atmosfera que nos remete para o Jardim do Éden”.
O Anjo da Guarda não irá, presumo, inspirar devoção cristã, aos crentes da fé católica. Está fora dos cânones e dos ícones legitimados. É um desafio muito grande. Resta-nos o lado artístico com a sua significação. E existe. Esteve na mente do escultor como ideia e foi materializada. Está ali naquele lugar. Ora, é neste aspecto que a nossa liberdade funciona. Gostaria mais de um anjo companheiro das pessoas da Guarda do que de um ser que nos olha lá do alto, segundo parece e transparece das citações do jornal. São do escultor? Necessitamos de um anjo da Guarda inspirador, protector mas companheiro que nos leve por bons caminhos. Aliás, o culto metafórico, simbólico, que andou nos últimos anos, na escrita, tinha um alcance, mais profundo e abrangente.
ResponderEliminarEste assunto levar-nos-ia muito longe.
Parabéns ao escultor. Materializar um anjo, nos nossos dias, num mundo secularizado, não é fácil.