Local: Uma loja de telefones
- Uma velhinha, acompanhada de uma outra senhora dirige-se ao guiché.
Velhinha: Eu vou para um lar e quero que me desliguem o telefone, porque já não vou precisar dele. Está aqui o último pagamento.
- Guicheonista: Mas a factura não está em seu nome.
- Pois não, responde a velhinha. Está numa firma do meu marido, que já morreu. A firma foi fechada há 20 anos.
Guicheonista: Então não lhe posso desligar o telefone. Para isso preciso de uma certidão de óbito do seu marido, preciso ainda que vá às Finanças e peça uma declaração de fim de actividade da firma e ainda ir a outro sítio pedir no seu o quê que não percebi.
- Tanta coisa, pergunta a acompanhante da velhinha?
- Sim é preciso isto tudo, responde e acrescentando, só assim posso cortar o telefone.
Ainda estive para me meter na conversa e dizer à Velhinha que não pagasse, para ver o que acontecia, não o fiz porque poderia ferir o seu sentido de responsabilidade e honestidade, mas era o que mereciam.
Com tantos papéis necessários e passos a andar, sabendo que há milhares de pessoas em Portugal a quem foi cortado o telefone por se terem atrasado no pagamento, estas exigências são inexplicáveis.
Não é o défice que mata Portugal, o que mata é a Burocracia, que vão criando a esmo e sem nexo.
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