sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Histórias por fazer, emigração e guerra colonial

Quando assisti ao espectáculo “D’Abalada” e li o texto que abaixo transcrevo, veio-me à memória duas fases da história de Portugal que só agora e timidamente começa a ser contada.
A “Odisseia” da emigração e a outra “Odisseia” da guerra colonial.
O texto remete-nos para as dificuldades que vão encontrando quem pretende escrever sobre o tema. Continua a haver muitos tabus.
Como actor na guerra colonial ainda tenho alguma dificuldade em descer aos pormenores. As grndes coisas vou contando as pequenas vão ficando.
Assim devem pensar os emigrantes de Paris.
Obrigado pelo texto e pela reflexão sobre o tema

“O esquecimento”
Na recolha, encontrámos também uma estranha relutância de muitos falarem. Insistem que não se tinha passado nada, que não havia nada de especial, que não valia a pena, que tinha sido igual ao dos outros, que tinha sido duro, que mais valia esquecer. Era como se o sofrimento tivesse sido demasiado pesado para poder voltar à tona. Ou como se a partida tivesse sido uma traição de que não se podia falar. Ou então surgia a sensação de que algo se tinha perdido irremediavelmente. De que já não era possível voltar e que também não era possível ficar. Como se quem partiu tivesse partido para sempre e estivesse sempre a partir outra vez”.
Texto transcrito da “Folha de Sala” entregue aos espectadores da peça D’Abalada, sobre a emigração e apresentado no TMG, produção de “PROJÉC~” e “TERRA NA BOCA”

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