Dinossauros e outros seguidores

Oh que saudades eu tenho de ti, meu poder, das mordomias que tinha e deixei de ter, da influência que tinha e agora não tenho, dos afilhados que levava à igreja a batizar e agora ninguém me convida para padrinho.

E os almoços e o jantares e então os lanches, agora nada. Quero voltar.

São muitos. Narciso Miranda, Júlio Santos, Fernando Ruas, Fernando Costa são alguns dos nomes famosos de que se fala para se candidatarem a Câmaras municipais, pelos respectivos partidos ou independentes, mas pelo menos mais uma dúzia que se vão manifestando.

Agora a falar a sério, o que leva esta gente a querer voltar a Presidente de Câmara. Têm boas reformas, boas ocupações, o que os leva a querer entrar na chatice da Presidência, uma vida sem horas, sem família, com mais inimigos que amigos?

Mas o que mais me agrada nestas lutas para candidatos são as rebeliões. Há cada vez mais militantes de partidos, que controlando as respectivas concelhias se fazem votar para serem nomeados e se candidatam, independentemente da sua competência. Há ainda as rebeliões dentro dos executivos camarários. Vereadores e Vice-presidente que desafiam o Presidente e como não conseguem os seus intentos, anunciam com voz grossa que entregam o cartão do partido e mobilizam os seus apaniguados para uma candidatura independente.

Não temais, a maior parte dos candidatos perseguem objectivos que não são os objectivos municipais e dos munícipes e por isso são inofensivos de tanto querer agradar. Podem estragar muita coisa, é tudo reversível, desde que os bancos continuem a emprestar.