Foto: Beira.pt |
João Cardoso, Director da Coficab Portugal, deu uma
entrevista ao Jornal “O Interior” e que vale a pena ler com atenção.
Saliento alguns pontos
«Passámos do tempo em que não havia empresas para fixar
pessoas na região, para um tempo em que não há pessoas para fixar empresas na
região», afirma João Cardoso, líder da Coficab Portugal
P. - Quais são os principais entraves ao negócio da Coficab
Guarda?
R. - O principal e que condiciona de forma irreversível o
tamanho da Empresa é a localização Geográfica, na Guarda. Ou seja, a distancia
entre a produção e os clientes. Numa Indústria que exige entregas duas a três
vezes por dia, estar a milhares de quilómetros do ponto de uso do produto que
se fabrica, torna a situação difícil e custosa, e onera os custos de produção.
Com as sinergias que temos a nível de grupo temos aliviado um pouco este fardo
usando as nossas operações em outros países como Centros de distribuição. Mas
isto tem um custo importante.
P. - A empresa já atingiu o seu zénite em termos de
crescimento?
R.- Será muito difícil crescer mais que os valores atrás
mencionados, tanto em termos de faturação como de número de trabalhadores. No
nosso sector (fios para automóveis) a Coficab Portugal é já uma empresa bastante
maior que a média do mercado.
P. - Como perspetiva o futuro da Coficab na Guarda?
R. - Prevejo que num futuro próximo, de 3 a 5 anos, a
empresa se mantenha no nível atual. A Coficab Portugal é uma unidade
estratégica dentro do Grupo Coficab que, além da produção, temos baseado na
Guarda uma quantidade importante de Serviços de apoio ao Grupo. A intenção é
manter esta unidade como unidade Piloto em novos produtos e processos, sendo
essa dinâmica determinante para a manutenção da Empresa na Guarda.
P. - Como vê o dinamismo empresarial da região?
R. - Bastante parado e pouco inovador. As razões que levam a
isso seriam tema de debate de várias horas, começando pela Educação, abandono
total da região pelo poder Central, demografia...
P. - E que comentário pode fazer ao despovoamento?
R. - É um fator altamente preocupante, ou mesmo o mais
preocupante que uma região pode enfrentar. Passámos claramente do tempo em que não havia empresas para
fixar pessoas da Região, para um tempo
em que não há pessoas para fixar empresas na região.
A situação anterior era má, mas com trabalho e vontade
poderia ser resolvida ou minimizada. A situação atual, pode levar a um ponto de
não retorno. Ao contrário de alguns comentários
do tipo “que venham as empresas, que depois as pessoas aparecem”, o
mundo real não é assim. No mundo real uma empresa faz um estudo prévio para se
localizar num determinado local e decide com base no que encontra e não com
base em cenários futuros.
Sendo o Responsável de Operações do Grupo , participo de
forma ativa e decisiva na escolha dos locais onde estabelecemos novas
Operações. Um dos principais fatores de
decisão para um Empresário Individual ou para uma Corporação (como é o caso da
Coficab) decidir fixar-se ou não numa região
é a disponibilidade de mão-de-obra, em quantidade e qualidade. Se neste
item o resultado da análise for negativo, a decisão é só uma... Penso que a
Guarda está numa fase decisiva neste
aspeto e que se nada for feito para inverter a tendência atual, dentro de uma
geração poderemos ter a nossa cidade transformada numa pequena vila do
interior. A minha opinião, e que sempre transmito quando por altura de eleições
temos visitas de políticos, é que o Governo deve promover a deslocalização de
alguns serviços públicos ou mesmo de empresas públicas para as cidades do interior, a fim de evitar
o despovoamento cada vez mais acelerado das vilas e cidades do interior.
Querem ver que dois milhões em rotundas, mais os três milhões em festas ao longo de 4 anos não criaram condições para as empresas se fixarem na Guarda.
ResponderEliminarÓ meu Deus vai haver secretárias, adjuntas e assessoras a saltar na cadeira com esta entrevista. Amaro deve ter ficado boquiaberto com estas declarações, se as entender.
Que esta entrevista sirva de formação aos dirigentes associativos locais que em vez de defender a região e as empresas da região andam por aí a organizar festas às custas dos seus sócios.
E se acham que é exagero vejam lá quem organiza as festas e onde; quem abre bares e cafés e quem faz os bailaricos dos finalistas a custos principescos.
A culpa tanto é dos pseudo empresários que enganam os associados, como é dos sócios das duas associações da Guarda que o permitem.
Que rotundas? Já estavam feitas! Só enfeitou as mesmas.
EliminarEmpresas vão todas para o Fundão aqui temos miséria e desemprego
Caro 1945
EliminarOlhe que não olhe que não
Ainda cá ficaram algumas e melhores que as do Fundão. Podem não ser tantas.
A Oliveira
Concordo plenamente com a analise da situação,mas a inercia do autarca da Guarda, a sua indisponibilidade, a sua burocracia, a sua incompetência e falta de visão de futuro levou a Guarda a um total desinteresse por parte dos potenciais investidores de 2013, vejam a faurecia que pretendia instalar-se na Guarda, já cria 1100 postos de trabalho em Bragança. A Guarda tem as taxas mais elevadas do pais em esgotos, lixos, IMI etc. Nem sequer consegue ligar a plataforma á A25, quando pequenas cidades o vão conseguir até 2020. O Presidente te sem program lançava bocas sobre os seus contactos internacionais e compadres afinal foi uma fraude. A Guarda que foi o 5 centro mais importante do pais passou a 32. A Guarda não tem qualquer interesse para os investidores, só a localização geográfica se salva. Não tem pessoas, não tem capital, nem autarca e as principais famílias originárias da Guarda, Balsemão, Gouveias, etc tem o património ao abandono com perigo para os residentes mas a autarquia ainda gasta milhares de euros a cobrir o lixo.
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