A classe política da Guarda, e a Comunicação social também,
acordaram com a notícia de que o Centro Educativo do Mondego (antigamente
conhecido como reformatório) vai fechar em breve.
Moções, artigos de opinião, conferências de imprensa, tudo
serviu para chamar a atenção do Centro que ia fechar.
Argumentos mais usados, o despovoamento do interior e mais
um serviço que acaba.
Por não estar dentro do assunto só venho lembrar umas coisinhas.
1 – O Centro Educativo do Mondego sempre foi mal amado. Os
jovens, mesmo estando em reabilitação, viviam quase num gueto.
2 – As relações com a cidade eram sempre pelo pior quando os
rapazes saiam do centro e desapareciam, era o terror na cidade e arredores
3 – Muito poucas associações colaboravam com o Centro e
raramente eles conviviam.
4 – Tive oportunidade de jogar andebol e fazer
algumas marchas, com os rapazes da instituição, mas as relações eram sempre distantes
e com os vigilantes em permanente atenção.
5 – Não sei como são agora as relações com as aldeias junto
ao Centro, na altura também muito más.
6 – Não faço ideia se o convívio com a sociedade em
liberdade se alteraram profundamente pois apenas me recordo de haver uma exposição
de fotografia no Paço da Cultura.
7 – A mim agrada-me o projecto de requalificar o Centro e a
quinta onde está inserido, numa prisão aberta, sobretudo para maiores de 65 anos,
que estão nas prisões comuns e que não têm possibilidade de ter regime aberto e
inclusive trabalhar no exterior.
8 – Não sei se toda esta agitação tem a ver com o futuro dos
funcionários actuais e que poderão não ser no futuro.
9 – Ou a campanha para as eleições autárquicas já começou?
Boa noite.
ResponderEliminarO meu melhor amigo de infância trabalha há 18 anos no CEM. Obviamente que está preocupado com o seu futuro naquela instituição que, previsivelmente, vai transformar-se em estabelecimento prisional para idosos e presos de baixo risco. Os jovens em reabilitação foram muitas vezes à cidade em visitas guiadas por vários equipamentos, desde a antiga Mediateca até ao TMG. Eu próprio fui diversas vezes ao CEM orientar workshops de música. De resto, o TMG teve em tempos um projecto de intervenção sócio-cultural junto de públicos esquecidos chamado Inside Out, e o primeiro desses projectos decorreu no CEM. Foi um trabalho teatral orientado pelo actor José Neves e teve apresentação pública no TMG. Depois disso, foram muitas vezes (em grupos pequenos de 5 ou 6 jovens, é certo) ao TMG em visitas guiadas e a participar em diversas actividades (filmes, workshops, teatro...). Mas é verdade que nos últimos anos a população residente diminuiu drasticamente e a imagem pública que a instituição passou para a sociedade é, infelizmente, nada abonatória.
Caro Victor
EliminarObrigado pela contribuição, muito importante.
A Oliveira