Conta-se que nos tempos das vacas gordas, havia um
departamento governamental em que tudo era problema para os outros na defesa do
património construído
Conta-se um episódio notável na defesa intransigente de
imóveis classificados.
Um dia alguém quis pregar um prego de aço na parede exterior
de um imóvel sujeito às regras da classificação, tendo para isso enviado um
requerimento.
Na resposta foi-lhe dito que era necessário um projecto. Que
sim senhor. Lá foi enviado o projecto, contudo descrito ao pormenor.
Mas, havia sempre um mas, nestas questões da defesa do
património. O projecto seria devolvido por insuficiência de dados.
Um técnico pedia as características do prego de aço, um
outro técnico pedia as características do martelo para pregar o prego, um
terceiro queria saber qual a força que aplicaria o pregador de pregos, um
quarto queria saber o lugar exacto onde ficaria o prego, um quinto queria saber
qual a tinta a aplicar para disfarçar o prego na parede, um sexto queria saber
se o buraco a abrir pelo prego teria relevância para o historial do edifício e
por último um sétimo pedia a data e hora em que iria ser pregado o prego para
ser enviado um técnico para acompanhar a operação.
Depois de tudo enviado, o prejecto seria chumbado porque não
foi indicado o aparelho com que se iria medir a força do pregador de pregos.
Concluindo, o prego não foi pregado porque o pendão que iria
ser pendurado no prego já estava desactualizado e o edifício já tinha mudado de
dono.
Felizmente que agora
as coisas estão muito melhores, pode-se pregar, aparafusar, encostar, pendurar,
tapar o que se quiser nos edifícios classificados sem que apareçam os técnicos
chatos e nos obriguem a desmanchar tudo e pagar uma coima.
E o que está no interior da Torre dos Ferreiros?
ResponderEliminarQuem deu autorização? estamos a falar de um Monumento Nacional
Tapar quatro janelas de um edifício como o Museu?! Não brinquem com aquilo que já é nosso património.
ResponderEliminarAfinal, não foi, apenas, concedida à Câmara a gestão dos recursos humanos? E mais qualquer coisa... É Hora do Ministério da Cultura tomar uma posição clara, relativamente à municipalização dos Museus. Há um risco enorme de degradação.!