Parte da entrevista do Presidente da Câmara do Fundão, Paulo
Fernandes, ao jornal “Público”. Pode ler completa em:
https://www.publico.pt/2016/12/29/sociedade/noticia/temos-acordos-para-alcancar-os-1200-postos-de-trabalho-nos-proximos-dois-anos-1755540
Já há falta de casas?
Esse é um indicador que mostra que alguma coisa mudou. Nós
não tínhamos T1 e T2. Nós não tínhamos mercado de arrendamento. Hoje, temos
mercado de arrendamento e estamos com carência de casas por causa da atracção
de jovens e não só que trabalham aqui. Nem tudo é simples em muitos aspectos numa
terra de cerejas que de repente também é terra de tecnologias de informação e
comunicação. Já estamos a fazer a ligação entre a parte agrícola e a
tecnologia. Ajuda termos cá estas empresas, porque trazem muita massa crítica.
Isto não é só postos de trabalho directos, não é só riqueza, é uma coisa que é
intangível mas que faz a diferença, que é a democratização da inovação. Ter
acesso a inovação é importante para o que pode ser a regeneração do território.
E a habitação?
Pois isso é um problema. Já estamos a mobilizar e a
sensibilizar [construtores civis], pelo menos há dois anos a esta parte.
Estamos a ganhar notoriedade e as pessoas começam a acreditar. Começa a haver
muito mais investimento também na componente imobiliária para o mercado de
arrendamento, coisa muito difícil porque no interior do país houve muitas
falências, muitas mesmo. Alguns lotes, na zona consolidada da cidade, ficaram a
meio com a crise. Vamos dar um impulso para facilitar a regeneração das casas e
alguma construção na zona consolidada. Vamos precisar de 350 a 400 fogos nos
próximos dois anos e meio.
Quanto é que a câmara
gasta por ano com este programa?
À volta de 140 mil euros. Isto tem um payback de cinco anos
e meio, ou seja, em cinco anos e meio eu recebo todo o dinheiro público que
investi. Isto é sensivelmente tanto quanto pode custar a requalificação de uma
rotunda, para falar em algo que se associa muito aos autarcas.
Eu tenho muitas
rotundas que não estão requalificadas, que não têm nada lá em cima. Fazer uma
obra é a coisa mais simples para um autarca. Às vezes, o difícil é pagá-la. É
diferente atrair uma empresa ou fazer com que as empresas do concelho se
internacionalizem ou que start-ups vejam aqui um bom ecossistema para se
desenvolverem. São valências novas. Já temos acordo com a base tecnológica,
criámos o primeiro co-working e o primeiro fab-lab, temos um centro de
biotecnologia na área vegetal. Há uma mudança de paradigma relativamente ao que
fazem os presidentes de câmara. Eu digo que este vai ser o caminho, sobretudo,
em regiões como a nossa.
Tinha logo que nos calhar o que gosta de Rotundas!!!
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