O novíssimo Centro Escolar da Sequeira, ou de S. Miguel, ou da Estação, está encravado entre a Terra e o Céu. Algumas más línguas dizem que ela está encravada entre o caminho de ferro e a estrada.
Encravada assim até devia ser um bem, mas não, para quem gosta de palrar é um mal.
E como é habitual na Guarda, essas más línguas, nunca criticam nem discutem no projecto, estão sempre fora das coisas. É sempre depois da obra concluída, quando não há remédio.
Mas sobre as Escolas da Guarda, como se sabe, todas elas estão mal colocadas, estão todas encravadas entre qualquer coisa. Vejamos:
O antigo Liceu foi construído no ponto mais elevado da Guarda, por uma questão de separação de classes. Só com ruas a subir os pobres que não tinham transporte não o podiam frequentar era só para ricos.
A Escola de Santa Clara é escola porque estava ali um edifício à mão e parecia mal fazer a implosão. Ficou escola.
A da Sé andou de lado em lado até encontrarem um lameiro disponível e pertinho dos pobres e lá ficou.
A outra Escola da Sequeira ficou encovada na Quinta das Covas. A de S. Miguel ficou encravada entre duas estradas, junto a umas fábrica de sabão e sem casas para ser envolvida
A Escola do Bonfim estava em frente à PIDE. Outra está pegada à Polícia. Na Adães Bermudes cheirava a peixe, carne e esterco da praça ali ao lado. Há uma outra da Santa Zita também era pegada ao bairro dos pobres. E os Centros Escolares do Gonçalo e do Vale do Mondego estão completamente cravados lá no sítio.
Muitos mais casos poderiam ser citados, vejam por exemplo quantas escolas primárias estavam afastadas das estradas, mas já chega.
Todas as Escolas estão mal implantadas no terreno, todas têm defeitos, mas todas estão encravadas entre a Terra e o Céu e cumpriram, cumprem e cumprirão a sua missão.
CyberFunk. Rio de Janeiro RJ.
Há 2 horas
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