sexta-feira, 18 de março de 2016

Renascer: Requalificação Jardim José de Lemos

Está prevista uma intervenção no Jardim José de Lemos, com o esboço apresentado e alguma explicação, deduz que irão ser cortadas árvores, enquadrar um dos bares ali existentes, não havendo menção ao bar/quiosque se é requalificado ou deitado abaixo.
Também vai ter direito a um lago, talvez com cisnes no verão e que eu proponho que no inverno seja transformado em pista de gelo, tão desejada pelas gentes da Guarda
O Monumento aos mortos da I Guerra Mundial deve manter-se.
Há mais duas incógnitas, se ficará espaço disponível para as festas ao ar livre e quantos bancos de repouso se manterão, dado que há uma corrente urbanista que não gosta de bancos para as pessoas se sentarem.  

4 comentários:

  1. Será que o recente abate de árvores jovens, plantadas pelo anterior Executivo, junto ao passeio da paragem de autocarros e do antigo Quartel ou Convento de S. Francisco, faz parte da requalificação que se "propagandeia"? Sem razão aparente, mataram mais 3 a 4 árvores, segundo parece,até de espécies protegidas. Dói a alma! Uns plantam outros destroem.

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  2. Este esboço é um atentado à inteligência.
    Como é possível que em tão pouco tempo se tenham transformado uma cidade numa aldeia.
    Vergonha!

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  3. Este Domingo de Ramos, numa cerimónia religiosa aqui perto ouvi o seguinte pensamento:
    "Não há ressurreição sem morte e não há morte sem sofrimento"
    Tudo agora parece finalmente fazer sentido!
    A ressurreição da cidade da Guarda ("A Guarda Renasce") implica a sua prévia morte, e a sua morte implica o seu sofrimento.
    Com o corte dos cedros começou esse sofrimento que nos poderá levar até à morte. Muitos outros estudos nos poderão também fazer sofrer, até que um dia, depois de muito sofrimento e definitivamente morta a cidade..., a Guarda irá renascer!!!
    Esqueceram-se foi de explicar aos Guardenses que o grande e ambicioso projecto para a Guarda é o de a fazer sofrer até morrer para depois a fazer renascer. Ninguém nos tinha avisado destes "passos".
    Entrámos agora na fase do "sofrer até morrer"!
    Que "magnifico" projecto para uma cidade com 816 anos de vida!!! "Morrer para depois renascer"!

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  4. O texto que segue publicado mo Público 5/3/16 de V P Valente "Clientelas" talvez ajude a perceber a falta de "memória" ou decência de muitos dos nossos autarcas e respectivos lacaios.
    "A melhor maneira de uma pessoa se alçar às delícias do funcionalismo estava num grupo que o ajudava e promovia.
    Por uma razão ou por outra, o compadrio, a acumulação de empregos e as clientelas têm sido muito discutidas ultimamente. Como sempre foram desde a instalação do liberalismo em Portugal e como não foram, regra geral, na Inglaterra e Europa do Norte; e nem sequer em Espanha ou em Itália. Esta singularidade merece uma explicação. Quando se critica os beneficiários da pouca vergonha pública e partidária, convém lembrar de onde eles vieram. Todos vieram de uma espécie de miséria recatada ou de uma mediocridade sufocante, com uma educação sumária e pouca distinção pessoal. A vida não era para eles, como para a alta classe média e a burguesia, um caminho de oportunidade e conforto; era um esforço contínuo para preservar a obscura situação que lhes calhara à partida.
    A agricultura obrigava metade da população a viver na insegurança, dependente do clima, da qualidade das colheitas, dos preços que variavam de ano para ano. O pouco artesanato e o pequeno comércio que existiam na vila mais próxima não chegavam para dar emprego estável a ninguém. E até Lisboa e o Porto, tirando meia dúzia de fábricas, não absorviam emigração do campo. Com diferenças de escala é isto ainda o que se passa no país. Não admira, por isso, que o emprego do Estado, à medida que ele se desenvolveu, se tornasse a grande ambição do português comum, porque o Estado garantia permanência e uma protecção perpétua. Por mais baixa que fosse a posição de um indivíduo na hierarquia administrativa, ele não deixava de ser um privilegiado, que não estava sujeito ao tumulto e aos desastres da economia privada.
    Mas como arranjar esse salvífico emprego? As qualificações não bastavam, por causa da concorrência frenética que se instalou logo em 1820. Um compadre influente, a quem se prestavam serviços, podia às vezes conseguir um nicho por caridade ou conveniência sua (e daí a “educação para o servilismo” de que tanto se queixou a literatura política nacional). Seja como for, a melhor maneira de uma pessoa se alçar às delícias do funcionalismo estava num grupo que o ajudava e promovia. Como o compadre, esse grupo, o partido político, esperava favores em troca das suas benesses (propaganda, facilidades, um ocasional torcegão na lei). Em compensação oferecia a meia dúzia de intrigantes com algum talento a possibilidade de enriquecer e de trepar a etéreos lugares. As clientelas nasceram assim e continuam assim."

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