sábado, 5 de abril de 2014

Dissertar sobre “A Mudança” por um autor anónimo

A verdade é que, na hora de fazer a mudança acontecer, evapora-se o gás da maioria. E tudo continua na mesma, como sempre foi, sem nenhuma variação no seu arranjo fundamental. Sobretudo o enfadonho discurso da mudança, sempre defendida com malabarismos filosóficos e requintes verbais... O muito que se faz é “dourar a pílula” ou dar um novo sabor à pizza que, basicamente, continua a mesma de sempre. Mudança que é bom, nada. As pessoas defendem a necessidade de mudança mas na prática não desejam que ela realmente aconteça. Intelectualmente elas sabem e reconhecem que a mudança é necessária, mas cultural e emocionalmente continuam bloqueadas, quase que completamente paralisadas em termos de iniciativas concretas para mudar. Não deixa de ser confortável imaginar e falar a respeito do melhor dos mundos sem ter que correr os naturais riscos de torna-lo real. Entretanto, se de um lado é confortável não fazer nada, de outro é angustiante, desesperante mesmo, ver as coisas agravarem-se a cada dia que passa, por falta absoluta de iniciativas concretas voltadas para mudanças profundas e verdadeiras. O medo de mudar é o medo de perder e o medo de perder nada mais é do que o medo de morrer. E ninguém acha agradável morrer. Mesmo quando morrer significa livrar-se de uma realidade desagradável e inoportuna. Como diz o ditado, “mais vale um inferno conhecido do que um céu duvidoso”. Assim as pessoas vão sobrevivendo na mesmice de sempre, a sonhar e a falar de um jardim de delícias que nunca virá, uma vez que a sua vinda pode depender de mergulhar, ainda que temporariamente, no pior dos infernos. As estruturas só mudam, quando as pessoas mudam. E como as pessoas continuam a recusar mudar-se, essas estruturas permanecem imóveis, paradas no tempo. Mudar é uma contundência. ,

3 comentários:

  1. Deve falar-se mais ás pessoas do que ás estruturas. Deve ouvir-se críticas, sugestões, propostas de mudança.
    Deve deixar-se de continuar preso a um aparelho envelhecido, em que a idade é um posto, agarrado como uma lapa a meia dúzia de pequenos poderes. É preciso uma grande volta, mas não são capazes de gerar forças para essa volta, mesmo quando os seus dirigentes têm consciência do seu estado devastado.
    O partido ou muda rapidamente na sua prática política ou está condenado a mais uma travessia do deserto que será longa e dolorosa. É altura de introduzir outro rumo nas lideranças do PS , outros critérios, novos protagonistas, outros candidatos, colocar os mais capazes quer tenham muitos ou poucos anos de partido e essa escolha seja clara com perfis definidos e conhecidos por todos e não congeminados sempre pelos mesmos em ambientes de secretismo.
    Eu, o autor anónimo da ' Mudança' ,
    Guarda, seis de Abril de dois mil e quatorze.

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    1. Pensava que se referia a uma mudança na Guarda - que é aquilo que realmente me interessa - e não num partido. Mas um bom texto na mesma, parabéns.

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    2. Na Guarda nada é preciso mudar...está tudo cá, marcas, miolos, funcionários e munícipes responsáveis e com direito à liberdade de expressão sem pressão, património histórico e de identidade de uma cidade ímpar, vontades, desejos e muito acreditar para honrar mais uns não sei quantos F's que esta cidade proporciona e pode proporcionar, como por exemplo, F de Felicidade, Fraternidade, Frontalidade...etc...

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