sábado, 1 de janeiro de 2011

O último tecelão de Maçainhas – Como se faz o cobertor de papa

Excerto da crónica de Paulo Moura, Jornal “Público”, Lobos da Montanha I.

“O fio de lã churra está enrolado no órgão. Chegou em meadas, de onde foi bobinada nas canelas, por uma mulher caneleira. Mas quem a enrolou em teia no órgão foi o tecelão que tem de ser um homem. É ele que, de pé, nádegas assente no peideiro, movimenta para um lado e para o outro o moço, que está agarrado à choupa, e que dá pancada na lançadeira. A liceira, fica no trombolho, divide os fios e tem presa a ela o balancé. Os fios são introduzidos nas puas do pente, que por sua vez se introduz na queixa. Por baixo, no rodete, vai-se enrolando o tapete já feito. Que porém ainda não está pronto. Daqui segue para o pisão, uma máquina constituída por duas botifarras de gigante, onde é lavado com água e pisoado, para feltrar e ganhar corpo, e depois para a percha (oi carda), que lhe puxa o pêlo. Por fim é colocado na râmula (ou râmbula) preso por cima e em baixo para esticar com a estronca, a secar ao sol”.

1 comentário:

  1. Os jornalistas já não sabem o que fazer. Esta reportagem é do pior e deixa muito a desejar até em rigor da informação, para além de em nada contribuir para a promoção deste produto.
    2 páginas para alimentar o ego de que as assina.
    Lamentável.
    Este ano se pudesse eleger as personalidades do ano pelo lado pior seriam mesmo os jornalistas e em particular os locais.
    Manipuláveis deixam-se ir atrás de popularistas que nada fazem e muito falam. O jornalista moderno quer pessoas faladoras porque assim lhes permite ter a informação sem ter que ir a mais lado nenhum. O jornalista moderno quer amigos virtuais, porque dessa forma "recolhe" a informação dos outros e faz a própria notícia. O jornalista moderno lê os blogues como este e constrói informações a partir desta e de outras informações.
    Mas estou convencido que os jornalistas modernos têm os seus dias contados e se todos formos mais atentos e críticos, eles acabaram por evoluir para profissionais de qualidade e de rigor.
    Fazem falta destes últimos no país e na Guarda, em particular.

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