domingo, 5 de outubro de 2014

Passivo da Câmara diminuiu 20 milhões num ano? Esclarecimento necessário

O Presidente da câmara da Guarda anunciou e o jornal “Interior” noticiou que num ano o novo executivo reduziu o passivo em 20 milhões de Euros, com base na apresentação das contas semestrais.
A mim parece-me que ou “não bate a bota com a perdigota” ou o mérito é do executivo anterior.
Declaração: Não sei nada de economia nem de finanças, sei ler números
Definição 1: O passivo de uma empresa corresponde ao agregado de todas as obrigações que essa empresa possui para com terceiros. Ou seja, é o que a empresa deve a outras entidades.
Definição 2: A dívida líquida mostra todas os passivos da empresa somados; todo o dinheiro que a organização deve.
Então vejamos alguns números que foram apresentados:
1 - Em 30 de Junho de 2013 o passivo era de 121 milhões de Euros (anúncio em 30-09-2014)
2 – Em 30 de Setembro de 2013 o passivo era de 91 milhões de Euros (números da Auditoria)
3 – Em 31 de Dezembro de 2013 o passivo era de 107 milhões de Euros (anúncio em 30-09-2014)
4 – Em 30 de junho de 20014 o passivo era de 102 milhões de Euros (anúncio em 30-09-2014)
Sendo assim, e se estes números são verdadeiros, passou-se o seguinte:
1 - O Executivo anterior, entre 30 de Junho e 30 de Setembro de 2013 REDUZIU o passivo em 30 milhões de Euros
2 – O actual Executivo, entre 30 de Setembro e 31 de Dezembro de 2013 AUMENTOU o passivo em 16 milhões de Euros.
3 – O actual Executivo, entre 31 de Dezembro de 2013 e 30 de Junho de 2014 REDUZIU o passivo em 5 milhões de Euros
4 – A redução do passivo foi de cerca de 19 milhões de Euros e deve-se ao executivo anterior.
5 – Nas contas apresentadas na Auditoria o passivo da Câmara eram 91 milhões de Euros, assim distribuídos: Município: 53,3 milhões, SMAS: 16,3 milhões, Culturguarda: 3,1 milhões, Cidade Desporto: 0,7 milhões e por fim 19 milhões que não se sabiam donde vinham e o que eram.
6 – Se todos estes números fossem verdadeiros, estaríamos perante um erro grosseiro de 19 milhões, que dantes serviram para agravar o passivo e agora servem para reduzir o passivo.
7 – Espero que alguns especialistas clarifiquem esta grande confusão de números e de uma vez por todas os guardenses sejam correctamente informados.
8 – Parece que a Câmara acabou com as cerimónias públicas de entrega de cheques aos credores e se o fez andou muito bem.

8 comentários:

  1. Apenas e so prosapia financeira.
    Os numeros têm disto, as vezes sao interpretados como da mais jeito, o copo de agua esta meio cheio ou meio vazio?

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  2. Este deve ser mais um daqueles relatorios de contas so ao dispor dos entendidos, e que se fossem moralmente honestos deveria estar online disponivel para consulta, mas transparencia a este executivo tem faltado.

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  3. Nada mais será feito no sentido de se esclarecer, mas sim no sentido de que se diga sempre que esclarecer é o que é preciso por forma que todos se cansem de tanto esclarecer se ouvir.

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  4. É a transparência dos gabinetes fechados e sem acesso.
    O "show-off" pacóvio devia ser substituído por uma politica de proximidade e transparência..........

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  5. Como na Guarda ninguém sabe explicar as divergências nos números exactos do passivo, alguém devia propor a contratação de uma equipa externa, de preferência vinda de Coimbra, a fim de explicar melhor a situação.

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  6. Apenas um reparo - escreve jornal "interior" mas deveria escrever "jornal" interior. Abraço.

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  7. Um tema a explorar pelo Sr eng Oliveira num post autônomo se o entender.
    Hoje no jornal Publico.
    A vergonhosa resposta do Sr Albano Marques

    ...António José Seguro venceu as recentes eleições primárias apenas no distrito da Guarda, mas a vitória do ex-líder socialista poderá estar associada a “expedientes eleitoralistas” relacionados com o recurso a transportes gratuitos disponibilizados para militantes e simpatizantes de várias freguesias do concelho de Vila Nova de Foz Côa puderem votar.

    A denúncia é feita por três elementos do secretariado da concelhia do PS de Vila Nova de Foz Côa numa carta de demissão dirigida ao partido e na qual dizem não pretender ver os seus nomes associados a “eventuais expedientes eleitoralistas”.

    “No concelho de Vila Nova de Foz Côa, o acto eleitoral ficou marcado pela participação de um número inaudito de militantes e simpatizantes de várias freguesias do concelho, transportados gratuitamente em vários autocarros, aparentemente arregimentados por representantes da candidatura de António José Seguro”, escrevem.

    Afirmando que “o recurso a esse transporte ‘por atacado’ de militantes e simpatizantes constituiu uma novidade absoluta em eleições internas no PS”, os subscritores da carta questionam se “a despesa do aluguer dos autocarros pela candidatura de António José Seguro consta do orçamento previamente apresentado ao partido e aprovado pela competente comissão eleitoral” ou se “as expensas foram da responsabilidade da federação distrital da Guarda ou da concelhia de Vila Nova de Foz Côa”. E neste último caso, terá de haver deliberações dos respectivos órgãos.

    “Naturalmente, o objectivo de semelhantes decisão seria sempre o de proporcionar a todos os militantes e simpatizantes do concelho (e não apenas a alguns) um acesso mais facilitado às mesas de voto, pelo que os mandatários concelhios das duas candidaturas deviam ser disso obrigatoriamente notificados” – afirmam, revelando que “o mandatário concelhio da candidatura de António Costa não foi notificado pelas estruturas do partido da disponibilização destes meios de transporte a todos os militantes e simpatizantes que manifestassem interesse em participarem activamente no acto eleitoral”.

    Para os dirigentes demissionários, “outra explicação para justificar a presença dos referidos autocarros no acto eleitoral configura um procedimento não enquadrado pelo regulamento das eleições primárias no PS (nem tão pouco previsto nas suas disposições estatutárias) que, em boa verdade, desrespeita clamorosamente o passado histórico do partido e revelam uma manifesta desconsideração pelas regras democráticas”.

    Apanhado de surpresa, José Albano Marques, presidente da distrital do PS da Guarda, revelou que teve conhecimento da demissão dos três dirigentes do secretariado concelhio esta segunda-feira à tarde e que imediatamente reenviou a carta de demissão por email para a candidatura de Seguro. "Fui apoiante de Antóno José Seguro, mas não era o representante da sua candidatura", declarou Albano Marques, afirmando que "se todos os militantes ficarem indignados com a forma como se mobilizaram as primárias, haverá muitas demissões pelo país fora".

    "A questão agora tem de ser colocada à candidatura", considerou o líder do PS da Guarda, concluindo:: "Se eu quiser pagar para transportar pessoas para votar em mim ninguém tem nada a ver com isso".

    Celorico da Beira e Vila Nova de Foz Côa foram os dois concelhos onde Seguro obteve mais votos: 584 e 527, respectivamente. Já na Guarda ficou-se pelos 204, menos 102 que António Costa.

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  8. Todos sabemos que o PS da Beira Alta não tem estado nem está à altura de fazer coisa bem feita, assim enquadrar na discussão do passivo as eleições primárias do PS, não acho que faça sentido. Faz lembrar aqueles posts virais que por aí se vão vendo.

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