terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Testamento do Galo 2010


Foto. Galo de 2011.
A pedido, aqui fica um exemplo do que era o testamento do Galo, quando este era a personagem principal do evento. Note-se escrito em 2010, até podia ter sido lido este ano.

Texto de Norberto Gonçalves para o Galo de 2010

Sou pobre, talvez por isso A justiça não demore
Querem já dar-me sumiço Então o sino que dobre…
Já te ouvi mau agoiro Já tenho pele de galinha Já sinto a aquecer o coiro
Mas a última palavra é minha!...Bem sei que pareço culpado
Mas há muitos que eu conheço Que estando aqui ao meu lado Merecem aquilo que eu não mereço.
Vou rezar em testamento Aquilo que sempre quis E não vos esqueçais
Que muito vós fizestes Do que dizeis que eu fiz… Por isso deixo minha língua
A todos os que teimam Em dizer mal da Guarda.
Deixo minhas galinhas Sempre muito trabalhadoras P’ra que sirvam de grande ajuda À novel vereadora.
As vistosas penas do rabo O orgulho destas Beiras Deixo ao engenheiro derrotado P’ra que ganhe boas maneiras.
O bico bem aguçado Fica para o PSD P’ra que se biquem à vontade Tal como agora se vê.
Deixo minhas miudezas Aos deputados do PS P’ra que se deixem de finezas E parem de andar aos S’s.
E minha crista vermelha Orgulho de cantador Vai daqui para Manteigas Para quem foi vencedor.
Aos jornalistas da praça Deixo minha pena comprida Que continuem a escrever Sem nunca esmorecer Sempre na justa medida.
As minhas unhas compridas Sempre prontas a esgravatar Deixo-as aos reis da sucata… Trabalho lhes hão-de dar…
A minha penugem luzidia Que melhorou com a idade Deixo ao deputado-presidente Que não tem o dom da ubiquidade.
Deixo o meu esporão Escrevinhador de truz Aos investigadores do país Que, de Alcochete ao BPN, Enfim, se faça luz…
Os meus queridos badalos Sempre prontos a trabalhar Deixo-os aos que não têm Nada que se veja p’ra coçar.
Meu neurónio solitário Como prémio milagreiro Fica para o que consiga P´rá Guarda trazer dinheiro.
O meu papo esfomeado Que alguns dizem de feio Deixo aos que à custa dos outros Andam de papo cheio.
O miolo das minhas tripas Esse já ninguém herda Pois ao longo desta vida Já vi suficiente merda.
E deixo o cego olho do cu P’rá Justiça portuguesa Que, se tira a camisa ao pobre, O mesmo faça ao nobre Inda que não haja nobreza.
Tenho pronto o testamento Fui galo testamenteiro Se sois milhares ou só um cento Que vos faça bom provento:
Um presente melhorado E um futuro milagreiro.

Nota: Se há por aí textos editáveis e queiram enviar, agradeço.

2 comentários:

  1. O texto não será do Norberto Gonçalves? Não Rodrigues?

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  2. 1527
    Obrigado pela atenção e correcção. Desculpas ao Norberto.
    A Oliveira

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